quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Natal...

Este será o Natal mais triste de sempre...
Não há árvore grande e reluzente a brilhar junto à janela, não há cheiro a rabanadas pela casa, não há velas espalhadas por todo o lado e, acima de tudo, não há motivos para celebrar.
Em minha casa, o Natal sempre teve luzinhas, presépios, fitinhas, muitos embrulhos debaixo da árvore, muita comida e doces (tudo caseiro) e os preparativos começavam com antecedência: aos primeiros dias de Dezembro, a árvore e o presépio já estavam montados, a casa toda decorada, a lista de prendas feita e a ementa pensada.
Nas semanas que se seguiam, faziam-se as compras (primeiro as prendas, depois a comida) e a partir de dia 22 começava a azáfama na cozinha. Preparavam-se recheios, molhos, patés, doces e bolos variados. Passava-se a ferro a linda toalha de mesa com motivos natalícios e pensava-se no centro de mesa.
Os natais que passei na minha casa, sempre foram um sucesso: a comida era devorada com entusiasmo, as prendas abertas com alegria, os parabéns dados ao "menino jesus" da família. E, nos últimos anos, juntou-se a tudo isto a magia da nova geração a acreditar no Pai Natal e a abrir as prendas com o fervor inimitável das crianças.
Este ano, não vai ser assim... Este ano, vai haver saudades, vai haver um buraco gigante no peito e o sabor do Natal não vai ser doce, como de costume.
Este ano traz consigo a evidência de que nunca mais será possível passarmos esta época todos juntos, porque o todos de sempre já não existe. Os sabores nunca mais serão os mesmos, as decorações nunca mais serão iguais, os embrulhos nunca mais ficarão tão perfeitos e, sobretudo, os corações nunca mais ficarão tão cheios.
Ainda assim, neste ano em que tudo mudou para pior, estaremos juntos e tentaremos ser contagiados, nem que seja só um bocadinho, pela alegria e pureza das crianças. Porque eu tenho a esperança secreta de que no dia de amanhã, quando estivermos juntos, nos sentiremos mais perto de ti.*

A quem por aqui passa, desejo um Natal Feliz e cheio de paz. E não se deixem contagiar pela minha tristeza. Pensem antes naquilo e, principalmente, naqueles que têm de bom e não deixem de mostrar a quem vos é mais querido que é importante tê-lo(s) por perto, nestes dias e em todos os outros.

1 comentário:

(Un)Serious comments